Riscos da Energia Nuclear Marcam Estreia do CineEco

O Auditório da Madalena vai receber já esta sexta-feira a primeira sessão do Cine’Eco, o único festival de cinema, em Portugal, dedicado à temática ambiental, com lugar de destaque no panorama internacional.

A estreia irá abordar os riscos da energia nuclear em três metragens, "A Central Nuclear de Almaraz Levanta Dúvidas Relativamente à Segurança", de Hugo Alcântara, "Central Nuclear de Almaraz: uma bomba atómica na margem do Tejo", de Dina Soares, Joana Bourgard e Rodrigo Machado e "A Suplicação – vozes para Chernobyl", de Pol Cruchten.

Sinopses:

"A Central Nuclear de Almaraz Levanta Dúvidas Relativamente à Segurança", de Hugo Alcântara (SIC), Portugal, 2016, 8’49’’

A reportagem de Hugo Alcântara aborda os diversos problemas que a central nuclear espanhola de Almaraz, situada a 100 quilómetros da fronteira com Portugal, tem vindo a enfrentar, nomeadamente no que concerne à sua segurança.

Recentemente, a Greenpeace denunciou problemas no edifício e, no início de 2016, depois de duas avarias nos motores das bombas que puxam a água do Tejo para refrigerar os reatores, o Conselho de Segurança Nuclear realizou uma vistoria. As elétricas que exploram a central prometem corrigir as falhas e o governo espanhol garante que não houve contaminação.

"Central Nuclear de Almaraz: uma bomba atómica na margem do Tejo", de Dina Soares, Joana Bourgard e Rodrigo Machado (RR), Portugal, 2016, 16’,

O documentário retrata os problemas inerentes à central nuclear de Almaraz, a mais antiga de Espanha ainda em laboração, que deveria ter fechado em 2010. O governo espanhol prolongou-lhe a vida até 2020, mas as empresas acionistas pretendem que a licença seja renovada por mais 10 anos. Nos dois lados da fronteira são cada vez mais as vozes que denunciam os riscos associados a uma central fora de prazo e que já sofreu mais de 2.500 avarias. Só no ano de 2016, já teve que parar duas vezes devido a problemas técnicos que nunca ficaram totalmente esclarecidos. Portugal está na linha da frente, em caso de acidente, mas o governo português pouca informação parece ter sobre o que se passa do outro lado da fronteira. Trinta anos depois do acidente de Chernobyl, a Rádio Renascença visitou a central nuclear de Almaraz e daí resultou este documentário.

“A Suplicação – vozes para Chernobyl”, de Pol Cruchten, Luxemburgo, 86’

Este filme, que ganhou o Grande Prémio Cine’Eco 2016, é uma adaptação do romance de Svetlana Alexievitch, que venceu o Prémio Nobel da Literatura em 2015. Trata-se de um olhar sóbrio e raro sobre a cidade de Chernobyl.

Na verdade, o filme não é sobre Chernobyl, mas sobre o mundo de Chernobyl, do qual não sabemos quase nada. Os testemunhos permanecem. As vozes formam uma longa súplica, terrível mas necessária, que ultrapassa as fronteiras e leva-nos a interrogar-nos sobre a nossa condição.