Com uma área de 987 ha, envolvida por uma zona tampão com 1.924 ha, a Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico abrange parcialmente as costas Norte e Sul, e a costa Oeste da ilha, tendo sido aclamada, em 2004, como Património da Humanidade, pela UNESCO.

Esta paisagem expressa a natureza vulcânica da ilha e a evolução histórico-cultural de cinco séculos de ocupação humana de um território isolado e repleto de constrangimentos físicos e naturais.

Tendo como referência emblemática dois sítios - o Lajido da Criação Velha e o Lajido de Santa Luzia, implantados em extensos campos de lava, estes locais foram classificados por constituírem excelentes representações da arquitetura tradicional ligada à cultura da vinha.

Com uma espantosa rede de longos muros de pedra, que correm paralelos à costa e penetram em direção ao interior da ilha, esta paisagem monumental retrata a tenacidade do Homem do Pico.

Estes muros foram erguidos para proteger do vento e da água do mar as videiras, que são plantadas em milhares de pequenos recintos retangulares (currais), colados uns aos outros. Remontando ao século XV, a presença da viticultura manifestou-se através desta extraordinária manta de retalhos de pequenos campos, de casas e quintas do início do século XIX, de ermida, portinhos e poços de maré.

Diz-se que se as pedras amontoadas fossem retiradas dos muros, uma a uma, e alinhadas atravessariam ilhas, continentes e oceanos, dando por duas vezes a volta ao mundo, pela linha do Equador.

A resiliência do Picaroto marcou a ferro e fogo a pedra basáltica, criando ainda relheiras feitas pela passagem constante dos carros de bois no transporte dos vinhos para junto dos rola-pipas e portos existentes ao longo da extensão da costa.

Património Mundial da Humanidade

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